terça-feira, 1 de maio de 2012

medo

13 comentários:

Guilhim disse...

Podes crer que é assustador... a muitos níveis!

Raquel Úria disse...

E não tinha colocado link para o artigo que queria. Já substituí.
Este descreve coisas como:
"o IC19 teve de ser temporariamente fechado, porque as pessoas que se deslocavam para o centro comercial Forum Sintra eram tantas que o trânsito não escoava. Em Queluz houve pessoas que foram para a porta do Pingo Doce logo às 4h da madrugada, para apanhar vez. "

"estou há cinco horas na fila com o meu marido. Fomos tirando uns iogurtes da prateleira e comendo. Pagá-los? O que custam não paga as horas de espera"

"dezenas de pessoas a vasculhar em caixotes de mercadorias como se fossem sem-abrigo. As zonas de bebidas foram das mais afectadas pelo tumulto, por causa das garrafas partidas"

Anónimo disse...

Raquel:

Uma amiga minha foi ao pingo doce gastar os unicos 50 euros que tinha para dar de comer a dois filhos.


à gente doida, mas tb à quem precise...

erva doce

Cristina disse...

Eu sinto-me um bocado "meio-parva", porque nem sei se hei-de louvar esta iniciativa se o contrário! Simplesmente porque sei que quando há estas iniciativa o povo português envergonha-me... porque vejo que quem vai lá é sempre quem menos precisa, vai por puro egoísmo, consumismo... e quem precisa realmente nem consegue ou então mal consegue usufruir da dita.
Não sabia desta promoção do pingo doce, só soube porque me desloquei lá afim de procurar o que queria e que não achava já em outros 2 hipers, e fiquei parva com o que vi. Eram "mais que as formigas"... um desespero de corridas a ver quem despejava e enchia a mala do carro para ir para dentro buscar mais... etc etc etc... não compreendo.
Estaremos assim tão famintos?! Tão pobres de espírito?
Sei que há crise, entendo, que muitas pessoas aproveitem, mas se calhar a minha recente mania de só gastar o que é mesmo necessário e não encher a despesa, frigorifico, congelador afim de me sentir saciada... ao olhar. Dá conforto, dá... mas para mim, pessoalmente, há sempre aquela pedrinha no sapato... será que preciso mesmo disto tudo?!
Não sei se me faço entender. O que mais me deixa triste é que há pessoas com tantas necessidades que nesta promoções não conseguem nada.
há uns meses atrás o Lidl fez umas óptimas promoções e não me fez ir dormir para a porta para apanhar tudo... apenas necessitava de comprar leite, à tarde, quando a coisa acalmou fui lá... e não havia leite nenhum, o segurança informou que o camião chegava a qualquer instante.. eu esperei..comecei a ver a fila de pessoas a aumentar atrás de mim... e não aguentei. Bolas, eu felizmente consigo ainda comprar o leite a um valor ligeiramente mais caro, e há quem precise mais do que eu, deste bem mais barato. E saí da loja de mãos a abanar.
É nisso que penso, cada vez que há promoções desta dimensão.
É óbvio que se as mesmas coincidirem com um final do mês em que tenha de fazer compras, aproveito, mas senão coincidir raramente aproveito. Pode ser burrice, mas o meu lema já não é comprar por comprar, egoísmo.

(e continuo a sentir-me um bocado burra... não é normal... desculpa o testamento)

Ana Rute Oliveira Cavaco disse...

São pecadores tal como nós somos. Qual é a dúvida?

Trabalho a 4 mãos disse...

Será medo do dia de amanha?
sandra

Nani Andrade disse...

Mas perguntas que tipo de gente é esta que tem 800€ para largar assim de enfiada (que é como quem leva 1600€ em géneros para casa), como ouvi de um testemunho na TV, ou por andarem a partir garrafas e comer os iogurtes? Ou tudo junto? É que há aqui várias questões que se levantam. A questão da necessidade, (e lá está, como a tua amiga Erva Doce disse e muito bem, quem realmente precisa duvido que tenha 100€ na carteira) e a questão do civismo. Mas então a darem 50% de desconto queriam o quê? Embora pessoal, é dia de Feira de Carcavelos.

De resto e dadas as circunstâncias, não deixou de ser caricato e só lá se meteu quem quis.

Achei uma certa piada ao testemunho de uma senhora que disse: 'Deviam de haver 'eventos' destes duas vezes por mês.' Já viste? Vê lá se ela se importou?
E outra: 'Isto é uma vergonha. Não há condições!'

Acho que deviam ter feito isto na FIL e tal, assim com mais espaço, tapetes rolantes, distribuir buffets e cadeirinhas para a malta sentar. É que não dão condições à malta. Impressionante! ;)

Raquel, esquece lá isto. Olha, eu nem estava cá, porque se estivesse, garanto-te que tinha ido ao Continente - que estou precisada - e devia de estar às moscas. Maravilha. ;)

Nani Andrade disse...

PS: Quando abrirem os saldos da Zara a dar 50%, o filme é o mesmo. Só que há mais espaço e não dá nas noticias. E garato que até gastam mais. E os necessitados (alguns, atenção!) também lá andam.
Bjs

Raquel Úria disse...

Nem sequer me apetece falar muito sobre o assunto. Tenho por princípio não trazer assuntos sérios para o blogue.
Quem suportou (e ainda vai suportar) o custo desta propaganda toda que o PD teve ontem (não importa se falam bem ou mal, desde que falem) foram os agricultores e outros operadores. Os que não têm alternativas e se vêem encurralados pelo principal comprador. São mais explorações a despedir trabalhadores, a baixar salários, a falir, famílias a passar por dificuldades por terem de pagar para trabalhar e o fruto do trabalho valer cada vez menos. São mais pessoas a depender da segurança social, são as verbas públicas (leia-se, os impostos que todos pagamos) a ser desviadas para tapar esses buracos e TODOS a pagarmos bem caro o desconto que alguns tiveram. Temos trilhado um bonito percurso com cada um a olhar para o seu próprio umbigo sem pensar nos outros. Quem acha que vai bem, que continue. "Ignorance is bliss"

Nani Andrade disse...

O PD ganhou cota de mercado numa mega campanha em que o povo foi arrastado porque é ignorante. Espero que ninguém se ofenda porque estou a falar daquelas pessoas que estouraram o que tinham e não tinham em bem supérfluos, que todos sabemos, em duas ou três senanas desaparecem. No mês seguinte vai ser a agonia.
Eu brinquei com o tema, porque para tristezas e problemas já bastam muitas vezes os nossos.
Trabalhei do lado dos fornecedores de grandes superfícies e sei que estas nunca operam campanhas sem apoios dos mesmos. Mas como esta, nunca vi igual. Varrer as prateleiras de uma cadeia de supermercado inteiro? Inédito. Tém margem de sobra. Têm dinheiro em caixa de imediato (gerado de material que poderia estar 3, 4 meses em exposição e longos
prazos de pagamento aos fornecedores) e têm novas fidelizações. E dinheiro gera dinheiro. Numa campanha destas a mossa não é na carteira do fornecedor, é mesmo na carteira do comprador. Desculpa a seca. Juro que não te melgo mais. ;)

Raquel Úria disse...

Nani, concordo em parte mas mantenho tudo o que escrevi porque sei do que falo, não estou a teorizar. Eu não falei dos intermediários (esses fazem a ponte e suponho que fiquem com uma grande fatia), falei mesmo dos agricultores e produtores. Mas se fosse isso a única coisa idiota no cenário de 3º mundo que se viu acontecer e já seria mau mas não seria tão deprimente.

Trabalho a 4 mãos disse...

A palavra que me ocorre é só: tristeza. É só uma palavra mas pode ser lida com várias entoações. Todas são apropriadas à situação.

Trabalho a 4 mãos disse...

* sorry

Sílvia

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