quarta-feira, 15 de março de 2017

Modernidade, pós-modernidade e "isto" que se lhes seguiu



Foi em Setembro que ficámos órfãos de gatos.
Na altura, foi tão duro que nem sequer me apetecia falar muito sobre o assunto. Não é que apeteça agora mas... passou meio ano e a informação já assentou, já parece real. Para quem nunca teve animais em casa, deve ser mesmo difícil compreender isto.

O mais estranho é que ainda não me habituei à ideia de que somos pessoas sem animais.

Casámos em 2003 e, desde então, sempre tivemos gatos. Primeiro eram dois, depois chegaram a ser cinco e seis por curtos períodos de tempo, foram três durante vários anos, depois só duas e, mais recentemente, apenas uma gatinha. Claro que sempre soubemos que eles têm uma esperança média de vida muito inferior à nossa mas, mesmo assim, não estava preparada. Mais de seis meses depois, ainda é frequente acontecer parecer-nos vê-la enroscadinha a dormitar em algum canto - para depois percebermos que é só uma camisola ou umas botas... na penumbra, tudo nos lembra aquela pequena. Tenho saudades, mas nunca mais quero passar por uma despedida daquelas. A vida continua. Mas diferente. Tão diferente! Numas coisas bem pior, noutras muito mais fácil.

(Agora façam como eu e divirtam-se a imaginar o ar de alguém que tivesse vivido há alguns séculos a ler este texto. Pronto, há muita gente contemporânea que reagirá da mesma maneira. Eu compreendo.)

5 comentários:

Ana disse...

Custa imenso, tenho a certeza, mas o importante é que esses animais receberam carinho e fizeram parte da família, eles dão-nos mais que nós a eles, bem hajas por proporcionares uma vida feliz a esses bichinhos, olha que há muitos por aí a sonhar com uns donos carinhosos.

Raquel disse...

E não pões a hipótese de ter outro/os? Eu acho que quando a minha se for (nem gosto de pensar nisso) quererei outra... Acho.

Cilocas Mîrza disse...

Oh... como te compreendo e me revejo nas tuas palavras! Os meus viveram 11 e 16 anos, a despedida (forçada em veterinário), foi dos momentos mais tristes que já passei. No dia que perdi a Muski com 16 anos, chorei a noite inteira...
Gosto muito de gatos mas não quero mais nenhum!
Custa... muito! Força!
Cila

Raquel Úria disse...

Pois há, Ana. Obrigada!

Obrigada Cila! Beijinhos miúda! :)

Raquel, não mesmo! Eles são insubstituíveis. E não queremos nem sequer pensar nisso depois do que passámos. Mas foram mesmo bons os anos que passámos juntos! <3

oluapolimac disse...

Raquel,

Doença de cão ou de gato, trata-se com pelo do mesmo. Por isso, consiga outros - peferivelmente, dois, para fazerem companhia um ao outro.

Pessoalmente, e ao fim de uma vida cheia de animais, não me imagino sem eles. Impossível. Preciso de me sentar com os meus gatos, para lhes fazer queixinhas dos disparates dos meus cães; depois quando já pareço uma árvore de gatos pendurados em cima, por cima, de lado - e depois de sentir todos os ronrons do mundo, ok, posso voltar aos malucos dos meu cães.

Faça-se um favor: hoje, ofereça-se um gato.

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