Há vários meses, num dos No Reservations do Anthony Bourdain, algures por Nova Orleães (em pleno reino da cozinha cajun), ouvi uma senhora de alguma idade mencionar a "holy trinity" como termo culinário. É constituída pela mistura entre cebola, pimento e aipo (nas proporções respectivas de 1:2:3) e, por terem todos sabores tão intensos e tão distintos, deixou-me curiosa. Fui pesquisar e experimentei. É um sabor forte mas diferente e que vale a pena provar. Não é o tipo de comida que me apeteça repetir todas as semanas, nem sequer todos os meses, mas pode ser uma ideia gira para se fazer uma coisa diferente de vez em quando.
É também um bom pretexto para se usar aipo. É aromático (da família da salsa), muito nutritivo e conhecido por ter "calorias negativas" (tem menos calorias do que as necessárias à sua digestão). Seja facto, teoria, disparate ou bom demais para ser verdade: pelo menos o sabor é óptimo. Pode usar-se tudo: a raiz ralada em saladas, os talos em sopas e molhos e as folhas como erva aromática.
Experimentei a "holy trinity" refogada em azeite e triturada, como molho, a acompanhar arroz branco e tamboril. Lembra-me muito a cozinha africana e não seria bem o meu género, mas resulta. E se resulta!
2 comentários:
Fiquei curiosa! Mas o aipo tem, de facto, um sabor intenso e, para mim, um pouco traumatizante :) Quando estava grávida passei uma noite muito mal, fartei-me de vomitar a noite toda, depois de comer sopa com aipo e salada com pepino (q é mais difícil de digerir). Não sei ao certo qual deles foi ou se foram os dois em conjunto, mas ainda não fiz as pazes com o aipo :)
O que é giro nesta combinação é mesmo os 3 sabores anularem-se entre si e darem origem a um sabor novo completamente diferente. Não fica a saber a aipo.
E deve ter sido do pepino! Por estar cru, é mais indigesto, não?
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